A previdência privada é uma das estratégias mais utilizadas para complementar o valor da aposentadoria pelo governo. Aliás, segundo a projeção dos economistas, espera-se que o setor cresça entre 15% e 20% no ano de 2023.
No entanto, antes de aderir a esta modalidade de investimento, é preciso compreender melhor seu mecanismo de funcionamento e a rentabilidade envolvida. Confira agora tudo sobre a previdência privada e prepare-se para colocar os planos em prática.
O que é previdência privada?
A previdência privada é o plano de aposentadoria oferecido por empresas particulares. Trata-se de uma alternativa aos benefícios providos pelo Estado através do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Vale ressaltar que a contratação da modalidade privada não exclui o direito ao acesso da aposentadoria pelo governo. Muitos brasileiros utilizam ambas as opções para garantir renda familiar suficiente.
Como funciona a previdência privada?
De maneira geral, a aposentadoria pela previdência privada é considerada uma categoria de investimento financeiro, sendo que seu funcionamento envolve as etapas de contratação, acumulação e usufruto. A fase inicial de contratação pode ser feita de duas maneiras:
- Fechada: por intermédio do empregador, com uma fundação específica
- Aberta: por escolha do contribuinte, diretamente com as instituições financeiras.
É nesse momento em que será definido todas as características do plano previdenciário: mensalidades, taxas de rendimento, formas de resgate e tipo de investimento utilizado (renda fixa ou variável). Além disso, é no contrato que o beneficiário opta entre o modelo de VGBL ou PGBL, cujas diferenças se encontram principalmente na tributação posteriormente incidida.
Uma vez fechado o contrato, o cliente iniciará o pagamento das parcelas. Trata-se da fase de acumulação, uma vez que os valores depositados mensalmente irão render conforme o tipo de investimento definido e a quantia aplicada.
Após o período estabelecido no contrato, o contratante poderá resgatar livremente o valor acumulado. Assim, na fase de usufruto, o dinheiro pode ser sacado ou utilizado para contratação de outros tipos de renda.
O saque antecipado também é possível, caso haja necessidade. No entanto, a previdência privada é tida como um investimento a longo prazo, e o resgate antes do prazo pode envolver aplicação de taxas e outros encargos que reduzirão o valor total disponível.
Como declarar previdência privada?
Para incluir na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF), é preciso primeiro entender se a aposentadoria havia sido contratada no modelo VGBL ou PGBL. Assim, se seu investimento ainda está na fase de acumulação, siga as seguintes etapas para preencher a DIRPF:
- Para o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), informe o código “36 — Previdência Complementar” na aba “Pagamentos efetuados”. Inclua no campo de descrição os valores pagos e os dados da instituição administradora da previdência
- Para o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), informe o código “06 — VGBL” e inclua o saldo bruto (sem rendimentos) e as informações da instituição responsável na aba de “Bens e Direitos”.
No entanto, para declarar os valores recém-resgatados, o passo a passo é mais complexo, envolvendo o preenchimento das abas referentes aos rendimentos tributáveis.
Para o VGBL, somente os rendimentos são declarados para Receita Federal. Por outro lado, no PGBL, o valor total é declarado, sendo que é possível solicitar a restituição dos impostos.
Além disso, deve-se levar em conta se a contratação havia sido feita com a tabela regressiva ou progressiva do IR. Caso haja dúvidas, recomenda-se contratar um profissional da contabilidade para elaborar a DIRPF de maneira mais assertiva.
Qual o rendimento da previdência privada?
Em valores aproximados, as aplicações mais conservadoras costumam render aproximadamente 3% ao ano, sendo que as opções mais arriscadas podem chegar a 10% ao ano. No entanto, vale lembrar que o rendimento real depende da instituição contratada, do montante total aplicado, do tipo de investimento autorizado e do cenário macroeconômico do país.
Vale a pena investir na previdência privada?
A resposta é: depende! A previdência privada é uma opção prática para quem não se sente confortável em depender do INSS e que não pretende realizar investimentos mais arriscados. Além disso, é uma opção que não envolve cobranças tributárias antecipadas, também conhecidas como “come-cotas”.
No entanto, se sua intenção é sair da zona de conforto e mirar em rendimentos maiores a curto e médio prazo, é possível considerar outras maneiras de fazer seu pé de meia para a aposentadoria.
Por exemplo, investir no CDB é muito mais rentável do que a poupança e também permite que o saque seja realizado a qualquer momento. Além disso, trata-se de uma modalidade assegurada pelo Fundo Garantidor de Créditos.
Em conclusão, o importante é avaliar qual é o seu perfil financeiro e se organizar para investir de maneira segura e lucrativa!